História

Demolida, em 1950, a velha Praça de Toiros do Montijo, existente no local onde, presentemente, se ergue o Cinema Teatro Joaquim de Almeida, coube à Comissão Pró-Praça de Toiros, constituída no ano anterior, a função de angariar vontades e dinheiro para a sua rápida substituição.

À Misericórdia, proprietária da velha praça construída em madeira, coube a tarefa de diligenciar, junto da Câmara Municipal, no sentido da aquisição do terreno necessário para a construção de uma nova praça de toiros.

Em resposta, a Câmara Municipal do Montijo, reunida em sessão de 28 de Agosto de 1953, decide ceder um lote de terreno no local denominado “Mercado”, com uma área de (6.358) seis mil trezentos e cinquenta e oito metros quadrados, em forma circular, avaliado em 286.110$00. 

A autorização governamental para a referida cedência do terreno surgiu no ano de 1955 (Diário do Governo, II Série, n.º 115, de 17 de Maio).

O dinheiro, esse foi conseguido com o esforço dos elementos da já citada Comissão Pró-Praça de Toiros, à cabeça dos quais figurava um dos nossos maiores aficionados das lides tauromáquicas, Amadeu Augusto dos Santos. Para além deste último, fizeram ainda igualmente parte desta Comissão, dois dos principais financiadores deste projecto, José Salgado de Oliveira e Isidoro Sampaio de Oliveira, para o qual contribuíram com um donativo de 100.000$00 e um empréstimo de 400.000$00, para as obras.

Angariou, mais, a Comissão Pró-Praça a quantia de 60.000$00, com a realização de duas corridas de toiros, na Moita e no Campo Pequeno. Da Santa Casa da Misericórdia receberam 320.100$00, fruto da venda da antiga Praça de Toiros, e do Governo Civil de Setúbal o subsídio de 200.000$00.

As obras da nova Praça de Toiros, segundo projecto do arquitecto Amadeu José Gomes dos Santos (filho de Amadeu Augusto dos Santos), foram iniciadas no dia 1 de Abril de 1957 e concluídas em 28 de Agosto do mesmo ano.

A inauguração aconteceu no dia 1 de Setembro de 1957, em cerimónia presidida pelo Governador Civil de Setúbal, Dr. Miguel Bastos, por entre festejos, que se prolongaram por todo o dia, atingindo o seu ponto mais alto com uma corrida de toiros de “Gala à Antiga Portuguesa”. Encarregaram-se da lide os cavaleiros D. Francisco de Mascarenhas, Dr. Fernando Salgueiro, Manuel Conde e D. Luís Ataíde, das pegas os Forcados Amadores de Santarém e da música as bandas da Sociedade Filarmónica 1º de Dezembro e da Banda Democrática 2 de Janeiro.

Decorridos vinte e cinco anos sobre a sua inauguração e vinte anos sobre a morte de Amadeu Augusto dos Santos, a Santa Casa da Misericórdia do Montijo, em reunião de Mesa de 30 de Agosto de 1982, decidiu comemorar o 25º aniversário da sua Praça de Toiros com uma sessão solene, realizada no salão do Café Portugal, no dia 3 de setembro, pelas 19 horas.

Mais, decidiu a Misericórdia que no intervalo da corrida, realizada nessa mesma noite, fosse descerrada uma lápide, fazendo justiça ao trabalho desenvolvido pela Comissão Pró-Praça de Toiros, e fosse atribuído a esta o nome de Amadeu Augusto dos Santos, em homenagem a um dos seus maiores obreiros.