O tércio de varas:
É assim o tércio de varas, colocado o picador de turno num terreno contra a querença do toiro (oposto dos curros) tem a grande virtude de não se realizar como antes (o cavalo levantando, buscando o toiro em todos os terrenos) sem o toiro estar parado. O picador fica colocado entre a barreira e a primeira linha (7 metros) e o toiro depois da segunda linha a (3 metros) da primeira. O segundo picador do matador está colocado junto a porta de onde saem os cavalos, perto da querença original do toiro, no sítio oposto ao que ocupa o picador de tanda. Nesta porta só são picados os toiros mansos.
O picador cita e estimula o toiro para que invista e seja picado, depois castiga-o no dorso para descongestionar e quebrar a sua investida.
Neste tércio existe um “subtércio”, o de quites: acção de tirar o toiro do cavalo de forma artística. É o matador quem terá de ver e inteirar-se do estado do toiro depois deste sair do encontro e pedir o câmbio de tércio ou não. É ainda o matador que pode luzir depois do primeiro puyazo, se houver mais que um puyazo, o espada seguinte pode intervir regularmente.
* O regulamento obriga a que em praças de 1ª, todas as reses sejam obrigadas a receber dois puyazos, nas restantes não.
O tércio de bandarilhas:
No tércio das bandarilhas colocam-se três pares (o regulamento obriga que o toiro tenha pelo menos colocadas quatro bandarilhas para dar como terminado este tércio) com a participação dos três subalternos do matador.
Um dele lida o toiro com o capote colocando o toiro no terreno mais adequado para que o seu companheiro possa realizar a sorte. Normalmente deixa-se o toiro colocado depois da segunda raya de picadores, procurando então que o animal possa desenrolar o seu galope para fora deixando assim o terreno suficiente para que à saída do tércio depois de ter colocado as bandarilhas o bandarilheiro possa sair da sorte sem afrontas se o toiro for com ele até as tábuas.
Com um subalterno lidando o toiro, os outros dois armam-se de bandarilhas e vão para o centro da arena (ajudados pelo espada que actuará no toiro a seguir) realizam as sortes alternando as reuniões por um e outro píton. O terceiro da quadrilha colocará o toiro em sorte para o bandarilheiro que iniciou o tércio a lidar, coloque então o último par de bandarilhas da ordem. Por sua vez este subalterno alternará com o que está lidando o toiro seguinte do seu matador, mudando as funções: este vai lidar e o que estava a lidar vai bandarilhar, assim alternam tarde após tarde e toiro após toiro.
A sorte, o tércio de bandarilhas tem duas funções principais:
Reavivar e alegrar a investida do toiro depois da luta do tércio anterior, deixando galopar e mostrar as suas condições. Muitos toiros que se apagam com o tércio de bandarilhas, “vêm acima” nas bandarilhas, cresce o seu interior de toiro bravo.
Neste tércio o matador comprova as condições do toiro: a forma de galopar e atacar, como humilha, a frieza, a rectidão da investida... todos os defeitos e virtudes que possa mostrar o toiro. Por isso é muito importante que o lidador economize os capotazos, que dê pouca capa ao toiro, procurando que saia sempre em frente e por baixo, sem recortar violentamente. E sem tocar na teia. O que bandarilha deve encurtar a distância de forma que o toiro permita, mas sem recortar-se.
* Colocadas as bandarilhas regulamentadas o presidente mostra o seu lenço e passará para o último tércio da lide.
O tércio de muleta e a morte:
Em 10 minutos o diestro procurará sair-se para os médios (centro da praça) com o toiro, em condições de lide normal tourear pelos dois pítons. A chamada faena de muleta é composta por séries de muletazos ligados e rematados misturado com toureio natural e ao contrário.
Natural: é o passe que verifica a investida do toiro (dar saída ao toiro) pelo mesmo píton que citou. Neste sentido um passe pela esquerda (denominado natural) e outro pela direita (derechazo, a muleta com o estoque de ajuda) são naturais por princípio.
Contrário: a sorte do muletazo em que a investida do toiro é vazia (dá saída) pelo píton contrário ao que se citou.
O diestro deverá construir uma faena no tempo regulamentado. Ao se atigirem os 10 minutos desde a mudança de tércio, o presidente avisará que o tempo passou e deve matar o toiro. Desde o primeiro aviso o director deixará passar mais 3 minutos regulamentares antes de avisar pela segunda vez o espada. O terceiro aviso soará 2 minutos depois do segundo e o toiro regressará aos curros, onde será apuntillado.
A polémica sobre os avisos é tão plural como subjectiva. Quando soa um aviso com o toiro fechado em tábuas, depois de uma estocada é fútil, inútil e tira o sentido ao aviso: advertir o toureiro para que mate o toiro, se o toiro está ferido de morte, mesmo que demora a tombar, não há razão para avisar a ninguém de nada.